Exmo. Sr. Primeiro Ministro

"Carta aberta ao Sr. Primeiro Ministro"

Exmo. Sr. Primeiro Ministro



"Não basta correr junto ao povo"

Estamos mal. Será que algum ministro já conseguiu perceber isto? Será que algum ministro já ouviu os trabalhadores por 5 minutos apenas? Será que algum ministro já ouviu os reformados por 5 minutos? Não? Pois não, eu sei. Como tal, tomei a liberdade de escrever esta carta para informar sobre algumas coisas que se passam na nossa sociedade que "os senhores" não sabem, pois do alto da vossa colina não conseguem ver. Vou aproveitar também para dar alguns conselhos de gestão pois visto estarem tão preocupados com o défice orçamental eu acho que tenho algumas soluções.
Ordenado mínimo (cerca de 390€) vamos fazer algumas contas de subtrair (sei que os ministros em relação ao património pessoal não sabem fazer este tipo de contas, mas nós sabemos e eu passo a ensinar).
Pensando num casal que tenha 1 filho com cerca de 2 anos, o mais provável é a senhora estar desempregada pois esteve grávida, como tal não poderia produzir como outra pessoa que não se encontrasse grávida e com sorte o patrão ainda a conseguiu despedir com justa causa e não leva nada, quase que nem o que tinha na secretária ou cacifo. O fundo de desemprego, se tiver direito, demora 6 meses a vir como tal são 6 meses a comer ???????? não sei o quê, expliquem. Então para já vamos fazer as contas com 390€. Aluguer da casa 200€ (tem que ser aluguer pois com este ordenado não se pode comprar casa) sobram 190€, agora vamos pensar em água e luz mínimo 40€, ou seja temos agora 150€. O bébé pode usar fraldas descartáveis mas ... fazendo bem as contas, ainda temos de comprar leite, iogurtes, pão, manteiga, legumes, carne, peixe, e outras coisas fundamentais, ... no mínimo dos mínimos 200€. Ora, o resultado aqui é simples -50€, mas na realidade é ... "o saldo do seu cartão não permite esta operação". Bem vamos ter que deixar alguma coisa para trás. Mas ainda não acabou pois falta o gaz, e se alguem ficar doente não pode comprar medicamentos. Com isto tudo restam poucas opções ou vão roubar, pedir ou pior pedem um crédito fácil (que é a moda, pois as empresas prometem tudo e mais alguma coisa, cheios de facilidades e depois dos contratos assinados só Deus é que sabe).
Os Reformados ..., por favor, respeitem! Todos sabemos que os ministros ao fim de 8 anos podem estar reformados, mas cá fora não funciona assim, trabalhamos uma vida, descontamos metade do ordenado e depois recebemos uma miséria e não temos benefícios nenhuns. Afinal o que somos, para que servimos e onde estamos??????????
Agora vamos aos conselhos de gestão, para começar porque é que os senhores tem todos que ter carros, ou melhor carrões, e a maior parte com motoristas??? Será que a utilização dos transportes públicos é só um conselho que os senhores dão? Não poderão, os senhores ministros, andar de transportes públicos??? Atenção ao buraco do Ozono!!! Mas, mesmo que seja necessário existirem 2 ou 3 carros de serviço, será que tem que ser Mercedes, Audis ou BMWs??? não podem ser Renault ou Opel??? Não sei quanto dinheiro poupavam, mas já era um começo considerável. Mas não, é mais fácil subir os impostos um pouquito só, ninguém vai notar. Agora, outra forma de poupar dinheiro, se só querem estar apenas 8 anos na assembleia, problema é vosso não tem nada que receber um subsídio quando saem (e que subsídio!!!, parece as indeminizações que os trabalhadores recebem quando se fecham fábricas atrás de fábricas, e estes, por vezes, trabalharam lá uma vida inteira), vão trabalhar 45 anos como as outras pessoas pois o direito de igualdade está na constituição, mas parece que é só mais um ponto que lá está, só porque fica bonitinho, e após o 25 de Abril até lá ficava todo pomposo. Uma coisa que ainda não percebi é porque usam os aviões da Força Aérea para fazerem deslocações quando sai muito mais barato irem numa companhia aérea, em segunda classe.

Para finalizar coloquem todos os impostos a 5%, e acreditem tem mais pessoas a pagar e, se calhar, não existia tanta gente a inventar a roda para fugir aos impostos.

Senhor Primeiro Ministro assim me despeço

Bruno